O Propósito como Força Motriz

Frankl observou que, mesmo em condições extremas de sofrimento, os prisioneiros que mantinham um sentido para sua vida demonstravam maior capacidade de resistência. Alguns encontravam significado no amor por suas famílias, outros na esperança de contribuir com algo importante no futuro, e alguns na simples decisão de enfrentar o sofrimento com dignidade. Essa descoberta revela algo fundamental: quando temos um "porquê", suportamos quase qualquer "como".

Na vida cotidiana, longe dos horrores de um campo de concentração, essa mesma lógica se aplica. Pessoas que têm clareza sobre seus valores e objetivos tendem a ser mais focadas, resilientes e satisfeitas. O propósito age como um farol, iluminando o caminho em meio às incertezas e ajudando a filtrar distrações. Sem ele, corremos o risco de viver de forma reativa, guiados por impulsos momentâneos ou expectativas alheias, o que frequentemente leva a um vazio existencial.

Um Balizador como guia para Decisões

Um propósito bem definido não apenas nos motiva, mas também serve como critério para nossas escolhas. Quando sabemos o que realmente importa, fica mais fácil dizer "não" ao que nos desvia do caminho e "sim" ao que nos aproxima de nossos valores.

Por exemplo, uma pessoa que tem como propósito "contribuir para a educação de jovens" pode recusar um emprego mais lucrativo, mas menos significativo, em prol de uma oportunidade que lhe permita ensinar. Da mesma forma, alguém que valoriza a liberdade criativa pode optar por um estilo de vida mais simples, porém autêntico, em vez de se submeter a um trabalho burocrático que sufoque sua expressão.

Frankl defendia que o sentido não é algo universal, mas pessoal e único para cada indivíduo. Portanto, o que serve como balizador para uma pessoa pode não fazer sentido para outra. A chave está em descobrir, através da autorreflexão e da experiência, qual é a missão que nos move.

A Ausência de sentido e seus Efeitos

Quando falta um propósito claro, é comum que as pessoas caiam em estados de apatia, ansiedade ou até mesmo depressão. Frankl chamava isso de "vácuo existencial", um mal comum nas sociedades modernas, onde muitas pessoas têm suas necessidades materiais atendidas, mas sofrem por não saberem por que vivem.

Sem um norte, tornamo-nos vulneráveis a modismos, vícios e relações vazias. Buscamos preencher o vazio com prazeres efêmeros, reconhecimento externo ou acumulação de bens, mas nada disso satisfaz a necessidade profunda de significado. A logoterapia propõe que, em vez de fugir desse vazio, devemos encará-lo como um convite à busca ativa por um propósito.

Dados que ajudam a referendar Frankl

Frankl observou que, mesmo em condições extremas, os prisioneiros que encontravam um sentido para sua vida resistiam mais. Essa descoberta se aplica também ao cotidiano, pois pessoas com objetivos claros são mais focadas e menos suscetíveis ao esgotamento mental.

• Um estudo da Harvard Business School (2021) descobriu que funcionários que veem significado em seu trabalho são 1,7 vezes mais engajados e 50% menos propensos a pedir demissão.

• Segundo a OMS (2022), a falta de propósito está associada a um aumento de 30% nos riscos de desenvolver depressão e ansiedade.

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Veja um pouco mais

O vídeo ao lado tem um resumo do livro "Em busca de Sentido" de Viktor Frankl, psicólogo que passou por campo de concentração e fundou a Logoterapia. Nesse livro nos relata um pouco do que passou e nos traz o fato de sempre termos Liberdade de Escolha